A vida, um grande picadeiro cercado de pessoas e lugares, cercado de ensinamentos que nos faz pensar e repensar na maneira de conduzi-la.
A figura acima expressa bem esse meu sentimento, um palhaço que em seu semblante traz uma mensagem, ou melhor, traz a tristeza e o abatimento profundos causados pelo afastamento de lugares, pessoas ou coisas que se amam e principalmente o desejo de torná-las a ver.
E nesse clima, seguimos nossas vidas...
Quem sabe encontrarei em um futuro próximo maior clareza das coisas?
Quem sabe até com um pouco mais de sorriso, de calor, alegria...
Tantas são as lembranças de um tempo bom, tempo esse que não vivemos, mas imaginamos, sonhamos, planejamos e simplesmente não aconteceu.
Quantos foram os passeios de mãos dadas, discutindo como seria isso ou aqui?
Quantas conversas nos envolveram pensando e vivendo um amor sem igual? Amor que nossos amigos “invejavam”, e que vivíamos o seu elixir...
Fico imaginando aquele avental no meu corpo, e eu na cozinha preparando aquele prato que você disse tantas vezes que queria...
Fico imaginando os filhos que não tivemos... Lembro bem do rostinho dela, quantas vezes falamos seu nome? Quantas vezes falamos de seus lindos cabelos, que nem mesmo chegaram a existir?
Fico imaginando o nosso querido e sonhado sofá que não compramos...
Fico imaginando os passeios que queríamos fazer e que nunca viveremos do mesmo jeito...
Quantas vezes ele quis presentear com um anel – convite?
Quem sabe um convite de namoro, noivado, casamento... Quem sabe?
Quantas vezes ele pensou que seria?
E que aquela “dessa vez iria” e acabou não sendo, não avançando, não respondendo?
Quantas foram suas expectativas?
Quantos foram os planos?
Quantos?
Talvez hoje a imagem acima expressa com exímia precisão todo o sentimento de um coração singular, impar e que por muitas vezes quis ser plural, quis ser multiplicado - Ele ainda não conseguiu...
E continua “solitário” pensando na vida, pensando, pensando...
A solidão não é consequência de estar sozinho. Ela é muito mais expressiva que isso, na verdade é o resultado de diversas atitudes que felizmente ou infelizmente traçamos pra nós e nem nos damos conta disso, e quando olhamos pra nós mesmo, estamos vivendo-as.
Mas isso também não quer dizer que é de tudo ruim, é um processo necessário...
Assim como precisamos primeiro andar pra depois correr, assim como precisamos primeiro da graduação e depois, somente depois, a pós-graduação.
E hoje vivendo esse Lugar ermo e despovoado, ele consegue pensar...